Aquele que vos fala

"Eu sou uma pessoa simples...mas de gostos complexos" - Calvin & Hobbes

sábado, 21 de agosto de 2010

Vazio

Depósito estranho. Parece nunca ter sido usado, conquanto já está em pedaços. Seus habitantes, simplesmente, são poeiras e migalhas tentando reconstituir a grandiosidade passada.
Já fora Arcádia, o Paraíso. Se não chegou a ser, teve uma semelhança imponente. Cantos que, no entanto, têm apenas algumas teias de aranha. Estas, todavia, já abandonaram o local há tempos. Deixaram de apoderar-se dos objetos que esparramavam-se lá. Não havia alimento. A luz não teve uma jornada por aquelas partes.
Grande, espaçoso, lar de obras diferentes, embora todas tivessem um gosto semelhante. Indubtitavelmente, lá não se trata de Arcádia. Já está um tanto... vazio.
Pois é, seus morféticos. Volto depois de tentar agradar vocês com um simples desenho mal scaneado.
Prometo não demorar tanto pra postar mais. Mas não ando pensando, não ando vivendo. Apenas fazendo provas '-' .

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desenhos [2]

Ladrão




Acredito eu que começarei a postar algum desenho novo toda vez que este estiver finalizado.
Próximo desenho: "Morte", aquarela no canson.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

E veio.
E como uma sombra ao sol, tornou-se perceptível, forte. E aquela sensação percorreu-me por toda a espinha.
Seus abraços eram dolorosos. Seu grunhido; ensurdecedor. Aumentava a inquietação. Eu, sem a capacidade de esboçar alguma reação, apenas contemplei-o.
E parecia devorar-me por dentro. Ânsias de vômito trespassavam minha garganta, da qual som tornou-se impossível de gerar. Pude sentir a morte, ceifando qualquer lânguido resquício de vida.
Dava sinais de fuga, apesar de serem apenas para pregar peças em mim. Não queria se afastar; o medo que eu tinha serviu de alimento para esta fera. Incomodamente, à proporção que o medo era devorado, mais era criado, numa quantidade um tanto quanto avassaladora.
Aquilo corrompeu o corpo e a alma.
Dói...Dói...
Dói?
Não...Não dói...

sábado, 7 de agosto de 2010

Vitória...?

            Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!
            Belezas do Éden compõe sua cor
            Flor, em ímpios pecados não perdura
            E dos maus retira o ódio e a dor

            Embora é na guerra inútil doçura
            Perdão que existe não vê essa flor
            Ferida, cedeu-se toda à loucura
            Alienada, louca, diz ser o amor

            Entregada enfim, é ré da vingança,
            Agredida por um brutal canalha
            Cujo fim virá na morte da mansa

            Mirar no amor, na garganta a navalha!
            Os vivos já embriagados de dança
            Perde-se a vida, ganha-se a batalha!



[Nota: os versos 1 e 14 são pertencentes ao capítulo LV da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis.]

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vingança

Discutindo com uma amiga minha, cheguei à conclusão de que a vingança é vista, pela maioria dos mortais, como um meio de satisfação.
É verdade que esta arma sem escrúpulos seja o caminho da felicidade? É verdade que é pulsante, vermelha e quente? No entanto... pulsante, vermelho e quente não é nada mais nada menos que o amor?
Não. Um sentimento tão comum, tão baixo e tão nosso não pode ser comparado com o amor. Santo amor, divino amor.
Não vejo motivos de vingança. Não consigo (ou melhor: tento não conseguir) apegar-me de tamanho ódio a ponto disso. Vingança... Espero não desejá-la. E admiro aquele capaz de perdoar, pois consegue desfazer-se dos instintos mundanos a ponto disso.

"Não há melhor vingança que o perdão" - Não sei de quem é. Se alguém souber, me avise para os devidos créditos.
Após o tédio existencial de 720 horas, que lembra muito um confinamento, noto que aparenta ter passado mais rápido do que realmente é. Que venha o cansaço miserável que chamam de Escola. Pois eu preciso mesmo "desatrofiar" o pouco que sobra de meu cérebro...
A todos os pseudópodes parasitas que leem isso, uma boa volta as aulas. Ou não.