Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura!
Belezas do Éden compõe sua cor
Flor, em ímpios pecados não perdura
E dos maus retira o ódio e a dor
Embora é na guerra inútil doçura
Perdão que existe não vê essa flor
Ferida, cedeu-se toda à loucura
Alienada, louca, diz ser o amor
Entregada enfim, é ré da vingança,
Agredida por um brutal canalha
Cujo fim virá na morte da mansa
Mirar no amor, na garganta a navalha!
Os vivos já embriagados de dança
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!
[Nota: os versos 1 e 14 são pertencentes ao capítulo LV da obra Dom Casmurro, de Machado de Assis.]