Aquele que vos fala

"Eu sou uma pessoa simples...mas de gostos complexos" - Calvin & Hobbes

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Feliz Natal!

 A todos os morféticos leitores deste blog, obrigado [?] pelo ano que passou, vocês sempre do meu lado :P
Que neste Natal seus desejos tornem-se realidade, que muitos presentes apareçam debaixo de sua árvore e que as festas sejam ótimas!
Segue aí, para "enfeitar" o post, um desenho do Reno ( o cara que me dá aula de desenho, e tá devendo levar a gente no McDonalds :P )

Créditos ao Reno.

Soneto de Separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

Vinicius de Moraes
 Num beco escuro, rastejava vagarosamente meus pés, à procura de alguma fonte de luz. O vento sussurrava medos para mim e os escorregões nesse beco, causados pela água no chão, não me amedrontavam e tampouco me admoestavam.
 Num desses passos vacilantes, uma luz fraca, inútil, tremeluzia à minha frente. Nisto, unindo-se ao vento estonteante, uma voz mostrou-se presente.
 "À procura de si mesmo você não está... Está à prcura dela, obviamente, a única que poderá trazer-lhe felicidade. Você está ciente que ela pode estar em qualquer lugar, correto?"
 Nada disse, passando por ele com um ar de indiferença. Tornou a falar.
 "Até onde tua bravata te permite chegar?"
 "Até os confins da terra, creio eu."- respodi secamente.
 Dei mais alguns pesados passos, passando por uma entrada abobadada, pois, contígua a esta entrada, haviam velas que se fizeram acesas e refulgentes, talvez por minha presença apenas; a fé de encontrá-la lá brilhava um clarão talvez maior do que os das chamas destas velas, cuja luz tangenciava aos meus olhos e me cegava.
 Não obstante, ao adentrar aquele recinto, sórdido, guarnecido de gárgulas, serpentes e outros símbolos abtrusos, comecei a afundar em pensamentos, pesados pensamentos! Queria abandonar o lugar, minha mente não era capaz de manter-se sã. Queria acordar, no entanto não dormia. Pedi para Morfeu vir à minha salvação, entretanto simplesmente não ouviu meu pedido de socorro. O que me restou - dica de românticos como Goethe - foi a morte. Peguei uma faca que se apresentava aos meus pés, finquei-a em meu estômago e subi, e faleci.
 Entrementes... ela estava em casa, esperando outro amor, amor maior que o meu.