Num beco escuro, rastejava vagarosamente meus pés, à procura de alguma fonte de luz. O vento sussurrava medos para mim e os escorregões nesse beco, causados pela água no chão, não me amedrontavam e tampouco me admoestavam.
Num desses passos vacilantes, uma luz fraca, inútil, tremeluzia à minha frente. Nisto, unindo-se ao vento estonteante, uma voz mostrou-se presente.
"À procura de si mesmo você não está... Está à prcura dela, obviamente, a única que poderá trazer-lhe felicidade. Você está ciente que ela pode estar em qualquer lugar, correto?"
Nada disse, passando por ele com um ar de indiferença. Tornou a falar.
"Até onde tua bravata te permite chegar?"
"Até os confins da terra, creio eu."- respodi secamente.
Dei mais alguns pesados passos, passando por uma entrada abobadada, pois, contígua a esta entrada, haviam velas que se fizeram acesas e refulgentes, talvez por minha presença apenas; a fé de encontrá-la lá brilhava um clarão talvez maior do que os das chamas destas velas, cuja luz tangenciava aos meus olhos e me cegava.
Não obstante, ao adentrar aquele recinto, sórdido, guarnecido de gárgulas, serpentes e outros símbolos abtrusos, comecei a afundar em pensamentos, pesados pensamentos! Queria abandonar o lugar, minha mente não era capaz de manter-se sã. Queria acordar, no entanto não dormia. Pedi para Morfeu vir à minha salvação, entretanto simplesmente não ouviu meu pedido de socorro. O que me restou - dica de românticos como Goethe - foi a morte. Peguei uma faca que se apresentava aos meus pés, finquei-a em meu estômago e subi, e faleci.
Entrementes... ela estava em casa, esperando outro amor, amor maior que o meu.
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